segunda-feira, abril 12, 2010

Uma história de gostar e ser gostada





O Sorriso


Ela chama-se B.
Agora chamo-lhe amiga, mas durante algum tempo, o tempo de acostagem à praia dela, chamei-lhe tentação. Foi o sorriso luminoso dela que me atraíu.

Creio que foi o sorriso
O sorriso foi quem abriu a porta
Era um sorriso com muita luz
Lá dentro, apetecia entrar nele
Tirar a roupa, ficar nu
Dentro daquele sorriso


Eugénio de Andrade


Quis que ela gostasse de mim, que se deixasse gostar. E chamo-lhe amiga, porque consegui.

O processo-conquista foi rápido e eficaz. Não o revelo, porque não apregoo os meus métodos, sob pena de os ver perderem eficácia com novas tentações.

Ela traz boa fortuna – faz-me bem. É como um doce que nos acaricia a alma e sopra as nuvens para longe. Ela faz bem a quem tem a sorte de a conhecer. Em busca de não sabe bem o quê, percorre a vida com os olhos cheios de luz. Ama os pequeninos, as plantas, os bichos... é toda ela um hino à vida, à alegria. Em dia de sol ri-se, porque faz sol. Em dias de chuva ri-se porque vai fazer sol. E é assim em tudo na vida, uma optimista.

Nas palavras inspiradas de Sérgio Godinho, ela é um sopro no coração...
Eu procurava uma amiga assim: alguém com quem pudesse partilhar
pensamentos
sentimentos
méritos
culpas

Alguém que me ouvisse em sintonia
Alguém que me compreendesse, que não me julgasse, que aceitasse a minha estranha e original forma de ser, vida que levo, tipo safari dos sentidos, cheia de mistério e exotismo.

Encontrei-a, conquistei-a - com a sua preciosa cooperação - ela que logo se deixou tomar de assalto.

Talvez me procurasse também?

Agora vou guardá-la, como quem guarda um tesouro muito seu.
Já o Alexandre O'Neill dizia Amigo vai ser é já uma grande festa!
Os poetas dizem tudo: Vê-la é uma festa! Um dos momentos mais luminosos do meu dia.

Obrigada, B. por te teres deixado invadir.


Margarida Neves
Benavente, 12 de Abril de 2010

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